Seminar on November 13 with Andrea Sabbioni

In the era of Society 5.0, technologies such as IoT, Artificial Intelligence and 5G/6G networks are transforming the way we create and connect digital services. But the fragmentation of standards and the dispersion of data make development increasingly complex. In his lecture, researcher Andrea Sabbioni, from the University of Bologna, will present two approaches that can simplify this scenario: Platform Engineering and Serverless Computing.

These paradigms propose a new model of innovation: serverless eliminates the need to manage infrastructure, allowing developers to focus on functionality, while platform engineering creates tailor-made environments with specific interfaces and automations that accelerate integration between services. Together, these practices point to a more scalable, agile, and collaborative future, in which the cloud will be the foundation of a truly interconnected and intelligent society.

This is the theme of Andrea Sabbioni’s lecture for INCT ICoNIoT, to be given on November 13, 2025 and open to the public on YouTube.

Assista e participe ao vivo!

Não é preciso se inscrever previamente.

NEW CLOUD CONTINUUM MODELS TO SUPPORT SOCIETY 5.0 DEVELOPMENT

Data: November 13, 2025
Hora: 4 pm Brasilia time
Palestrante: Prof. Dr. Andrea Sabbioni (Università di Bologna)
YouTube – https://www.youtube.com/@INCTICoNIoT

Check out details of the presentation to be delivered

Abstract: “The advancement and increasing availability of novel technologies, such as Internet of Things, Artificial Intelligence,  and 5G/6G networks are widely recognized as crucial in building both a more resilient society and a sustainable economy. These technological factors are paving the way to a Society 5.0, where all domains, from economic to technical, are encouraged to collaborate in the creation of a more dynamic, reliable, and valuable ecosystem. However, the vast fragmentation of standards and protocol, further exacerbated by the geographical dispersion of data sources and services, significantly increases the complexity of developing and integrating new services, ultimately hindering the full potential of innovation.
In this keynote, we will explore two emerging paradigms in cloud computing, Platform Engineering and Serverless Computing. By offering abstract interfaces and enabling rapid service prototyping, these paradigms are well-suited to address the intrinsic dynamicity of future society. Serverless computing provides a general-purpose, rapid development environment that completely abstracts infrastructure complexities, enabling developers to focus solely on functionality. In parallel, platform engineering specializes existing platforms by tailoring interfaces and introducing targeted automations for specific use cases, thereby enhancing interoperability and streamlining development workflows. Together, these approaches provide a robust foundation for scalable, secure, and efficient integration of services, accelerating the realization of a truly interconnected and intelligent society.”
Speaker’s CV Summary

Andrea Sabbioni received a Ph.D. in Computer Science Engineering from the University of Bologna in 2023, where he is currently a research fellow (RTD-A). His interests include cloud continuum, next-generation networks, serverless computing, middleware, and architectural approaches for innovative tourism, smart cities, and industrial applications.

Seminário dia 13 de novembro com Andrea Sabbioni

Na era da Sociedade 5.0, tecnologias como IoT, Inteligência Artificial e redes 5G/6G estão transformando a maneira como criamos e conectamos serviços digitais. Mas a fragmentação de padrões e a dispersão de dados tornam o desenvolvimento cada vez mais complexo. Em sua palestra, o pesquisador Andrea Sabbioni, da Università di Bologna, apresentará duas abordagens que podem simplificar esse cenário: a Engenharia de Plataformas e a Computação Serverless.

Esses paradigmas propõem um novo modelo de inovação: o serverless elimina a necessidade de gerenciar infraestrutura, permitindo que desenvolvedores foquem na funcionalidade, enquanto a engenharia de plataformas cria ambientes sob medida, com interfaces e automações específicas que aceleram a integração entre serviços. Juntas, essas práticas apontam para um futuro mais escalável, ágil e colaborativo, em que a nuvem será o alicerce de uma sociedade verdadeiramente interconectada e inteligente.

A palestra será ministrada no dia 13 de novembro de 2025, aberta ao público pelo YouTube.

Assista e participe ao vivo!

Não é preciso se inscrever previamente.

Data: 13/11/2025
Hora: 16h
Palestrante: Prof. Dr. Andrea Sabbioni (Università di Bologna)
YouTube – https://www.youtube.com/@INCTICoNIoT

Confira os detalhes do trabalho

Resumo: O avanço e a crescente disponibilidade de novas tecnologias, como a Internet das Coisas, a Inteligência Artificial e as redes 5G/6G, são amplamente reconhecidos como cruciais para a construção de uma sociedade mais resiliente e uma economia sustentável. Esses fatores tecnológicos estão pavimentando o caminho para uma Sociedade 5.0, onde todos os domínios, do econômico ao técnico, são incentivados a colaborar na criação de um ecossistema mais dinâmico, confiável e valioso. No entanto, a vasta fragmentação de padrões e protocolos, ainda mais exacerbada pela dispersão geográfica de fontes de dados e serviços, aumenta significativamente a complexidade do desenvolvimento e da integração de novos serviços, o que, em última análise, impede o pleno potencial da inovação.
Nesta palestra, exploraremos dois paradigmas emergentes em computação em nuvem: Engenharia de Plataformas e Computação Sem Servidor. Ao oferecer interfaces abstratas e permitir a prototipagem rápida de serviços, esses paradigmas são ideais para lidar com o dinamismo intrínseco da sociedade futura. A computação sem servidor fornece um ambiente de desenvolvimento rápido e de propósito geral que abstrai completamente as complexidades da infraestrutura, permitindo que os desenvolvedores se concentrem exclusivamente na funcionalidade. Paralelamente, a engenharia de plataformas especializa plataformas existentes, adaptando interfaces e introduzindo automações direcionadas para casos de uso específicos, aprimorando assim a interoperabilidade e simplificando os fluxos de trabalho de desenvolvimento. Juntas, essas abordagens fornecem uma base sólida para a integração escalável, segura e eficiente de serviços, acelerando a concretização de uma sociedade verdadeiramente interconectada e inteligente.
CV resumido do palestrante

Andrea Sabbioni obteve o doutorado em Engenharia da Computação pela Universidade de Bolonha em 2023, onde atualmente é pesquisador (RTD-A). Seus interesses incluem cloud continuum, redes de última geração, serveless computing, middleware e abordagens arquitetônicas para turismo inovador, cidades inteligentes e aplicações industriais.

Governança da Cibersegurança na Era do 6G: o Desafio das Cidades Inteligentes

Michele Nogueira*

Em breve, as cidades estarão mais conectadas do que nunca. Com a chegada do 6G, não estaremos apenas diante de uma nova geração de redes móveis, mas de uma nova era de integração entre o digital, o físico e o humano. Sensores, veículos autônomos, drones, sistemas médicos e aplicações em realidade estendida funcionarão em tempo real, de forma coordenada — quase orgânica.

Mas, com esse salto, também aumentam as vulnerabilidades. A superfície de ataque cresce na mesma proporção da conectividade. Dados sensíveis circularão por milhões de dispositivos, bordas computacionais e redes autônomas. O risco, antes difuso, torna-se estrutural. E nesse cenário, a governança da cibersegurança deixa de ser um tema técnico e passa a ser uma questão crítica de política pública, infraestrutura e cidadania.

Governar a segurança cibernética em um ambiente 6G é mais do que proteger sistemas. É garantir que as cidades possam inovar com responsabilidade, respeitar direitos e reagir a ameaças com resiliência. Este ensaio propõe uma reflexão sobre essa nova fase, a partir de frameworks já existentes, da evolução tecnológica e dos desafios éticos e sociais que temos pela frente.


1. O que muda com o 6G nas cidades inteligentes?

Se o 5G representa uma revolução — com latência reduzida e alta capacidade de transmissão — o 6G vai além: ele propõe integrar visão computacional, realidade aumentada, comunicações sensoriais e até interfaces neurais. Trata-se de transformar não apenas a velocidade de conexão, mas a própria forma como interagimos com o espaço urbano. Imagine semáforos que sentem o fluxo de pedestres em tempo real e reprogramam os cruzamentos. Ou ambulâncias que navegam pelas ruas guiadas por inteligência artificial coordenada com os semáforos e sensores da cidade. Com o 6G, essas possibilidades deixam de ser ficção. Ao mesmo tempo, cresce a dependência de sistemas hiperconectados, baseados em dispositivos com pouco poder de processamento e segurança frágil. As cidades inteligentes passam a operar como organismos vivos — mas organismos que podem ser atacados, manipulados ou paralisados. O futuro conectado será também, inevitavelmente, um futuro de risco.


2. Quais os novos riscos e vulnerabilidades trazidos pelas redes 6G?

Com o 6G, a promessa é de um mundo onde tudo está conectado — não apenas smartphones e computadores, mas também óculos inteligentes, sensores de movimento, implantes biomédicos e dispositivos que ainda nem foram inventados. Essa hiperconectividade, embora fascinante, também inaugura um novo nível de exposição digital. A superfície de ataque cresce exponencialmente: cada sensor urbano, cada dispositivo de borda e cada aplicativo em tempo real representa um ponto de entrada potencial para cibercriminosos. A complexidade das redes 6G — distribuídas, dinâmicas, autônomas — dificulta ainda mais o monitoramento e a resposta a incidentes.

Os riscos deixam de ser meramente técnicos. Estamos falando da possível interrupção de serviços públicos essenciais, da manipulação de dados sensíveis (como localização em tempo real ou padrões de comportamento) e da violação de privacidade em larga escala. As cidades podem ser alvos de espionagem digital, sabotagens e ataques coordenados com impacto direto na vida dos cidadãos.

Além disso, novas tecnologias como inteligência artificialblockchain e computação quântica não são apenas soluções — também podem ser ferramentas de ataque. Os algoritmos de IA são usados para identificar brechas, automatizar invasões ou burlar sistemas de autenticação. E tudo isso em tempo real, com decisões sendo tomadas em milissegundos. Nesse cenário, as estratégias tradicionais de segurança já não são suficientes. É necessário pensar em camadas de proteção descentralizadas, detecção comportamental baseada em IA e, principalmente, em governança colaborativa, onde a responsabilidade pela cibersegurança é compartilhada entre governos, empresas e cidadãos.


3. Por que a governança da cibersegurança se torna ainda mais crítica com o 6G?

À medida que as tecnologias evoluem e as redes se tornam mais complexas, a segurança não pode mais ser tratada como um acessório técnico. Com o 6G, ela precisa ser pensada desde o início, integrada aos projetos, políticas e decisões que moldam as cidades. É aí que entra a governança da cibersegurança — não como um conjunto de ferramentas ou normas isoladas, mas como um sistema de princípios, processos e responsabilidades que orientam como proteger dados, infraestruturas e pessoas. Em outras palavras: é a engrenagem que articula quem decide, quem executa, quem fiscaliza e quem é protegido.

No contexto do 6G, a governança se torna ainda mais desafiadora porque não existe mais um “centro” único de controle. As decisões são distribuídas: sensores em postes de luz, câmeras em semáforos, aplicativos em celulares, algoritmos em servidores em nuvem — todos interagem em tempo real. A proteção de um depende da integridade do outro. Isso exige alinhamento entre múltiplos atores: governos municipais, operadoras de telecomunicações, desenvolvedores de tecnologia, universidades, startups e a própria população. Cada um tem um papel na prevenção de ataques, no respeito à privacidade e na construção de confiança digital.

A governança também deve ser adaptativa. As ameaças mudam, os sistemas se atualizam e as leis precisam acompanhar esse ritmo. Estruturas rígidas e centralizadas não dão conta da complexidade das redes 6G. Por isso, é fundamental construir mecanismos de auditoria contínua, transparência e participação social.


4. Como frameworks como NIST, ISO/IEC 27001 e COBIT podem se adaptar a esse novo cenário?

Felizmente, não partimos do zero. Há décadas, modelos de governança vêm sendo desenvolvidos para orientar organizações públicas e privadas na gestão da segurança da informação. Os mais consolidados — NIST Cybersecurity FrameworkISO/IEC 27001 e COBIT 2019 — oferecem bases importantes para enfrentarmos os desafios do 6G. Mas será que estão prontos para isso?

NIST CSF 2.0: segurança como estratégia de negócio

A versão mais recente do NIST introduziu uma função essencial: “Governar”, que complementa as já conhecidas etapas de Identificar, Proteger, Detectar, Responder e Recuperar. Essa mudança sinaliza que a cibersegurança deve ser tratada como um risco estratégico, no mesmo nível que finanças, operações ou compliance. No contexto urbano e conectado, o NIST pode ser adaptado para avaliar riscos em tempo real, definir responsabilidades entre atores públicos e privados, e estruturar políticas municipais de segurança cibernética.

ISO/IEC 27001: gestão integrada e foco em privacidade

Essa norma fornece diretrizes para a criação de Sistemas de Gestão da Segurança da Informação. Em ambientes 6G, sua força está na capacidade de formalizar processos contínuos de auditoria, prevenção e resposta, fundamentais para garantir integridade e confidencialidade.

COBIT 2019: alinhamento institucional e governança de ponta a ponta

Voltado à alta administração, o COBIT oferece uma abordagem holística para integrar tecnologia, objetivos estratégicos e processos de controle. No contexto do 6G, ele pode ser usado como ponte entre governança organizacional e gestão de riscos tecnológicos — desde que combinado com abordagens mais técnicas.


5. Como preparar o ecossistema urbano para uma governança que equilibre conectividade, inovação e proteção digital?

Não há uma receita única para cidades inteligentes seguras. Mas há princípios que norteiam qualquer esforço de governança no contexto do 6G: responsabilidade compartilhada, segurança desde o design e foco contínuo na proteção dos direitos digitais.

A primeira mudança é de mentalidade: segurança e inovação não são inimigas. Pelo contrário, a inovação só se sustenta no longo prazo se houver confiança — e confiança nasce da transparência, da previsibilidade e da proteção de dados e serviços. A segunda frente é estrutural. Os governos locais precisam criar comitês permanentes de cibersegurança urbana, integrando especialistas, operadoras, universidades e representantes da sociedade civil. A terceira frente é educacional e cultural. Cidadãos, gestores públicos e profissionais de TI devem ser capacitados sobre boas práticas, riscos emergentes e uso consciente dos dados.

Por fim, é fundamental investir em pesquisa e desenvolvimento. Cidades que liderarem a aplicação de IA na defesa digital, computação segura em bordas e novos modelos de privacidade estarão mais preparadas para enfrentar os riscos emergentes do 6G.


Conclusão

A chegada do 6G representa mais do que uma nova fase da conectividade: representa a transformação completa da infraestrutura urbana digital. As redes invisíveis interligarão tudo — de dispositivos a decisões. Mas essa promessa tecnológica vem acompanhada de desafios reais: ameaças mais sofisticadas, riscos sistêmicos e uma nova geopolítica dos dados. Nesse cenário, a governança da cibersegurança deixa de ser uma recomendação técnica para se tornar uma condição de legitimidade, confiança e sustentabilidade. A proteção de redes precisa caminhar com o respeito aos direitos digitais. Se queremos que nossas cidades se tornem verdadeiramente inteligentes, precisamos garantir que também sejam seguras, justas e humanas. O 6G pode ser o motor dessa evolução — mas só se a governança estiver no centro do caminho.

*Michele Nogueira é Professora Associada do Departamento de Ciência da Computação da UFMG, pesquisadora 1D do CNPq, coordenadora do projeto CNPq Mulheres de Exatas em Cibersegurança (METIS) e membro do comitê estratégico da IEEE Communications Society. Editora da Coluna Atualidades em Cibersegurança da Revista Horizontes da SBC e membro do INCT ICoNIoT.