A trajetória e a carreira de sucesso de Thais Batista – pesquisadora, professora da UFRN e membro do comitê gestor do INCT ICoNIoT – inspiraram o segundo livro da Série Meninas Digitais, escrito por Aletéia Patrícia de Araújo, Renata de Figueiredo e Mirella M. Moro e recém publicado pela editora InVerso. Intitulado A Cientista do Software às Nuvens: Thais Vasconcelos Batista, o livro apresenta uma linguagem acessível e tem o propósito de inspirar meninas e mulheres a seguir carreira na Ciência da Computação. Ele foi lançado no CSBC, dia 22 de julho último.

Como se sabe, ainda é tímida a presença das mulheres nas ciências exatas, e por isso são tão relevantes as iniciativas que quebram estereótipos e rompem com padrões. Esses projetos ajudam meninas a acreditarem que podem seguir carreira profissional em áreas em que, muitas vezes, não se veem simplesmente porque não encontram identificação.
O Programa Meninas Digitais, do qual a série de livros faz parte, teve início em 2011 sob a coordenação da Secretaria Regional da SBC – Mato Grosso e, em 2015, foi institucionalizado pela SBC como programa de interesse nacional da comunidade. Ao divulgar a área da Computação, procura despertar o interesse de estudantes do ensino médio/tecnológico ou dos anos finais do ensino fundamental para que, conhecendo melhor a área, se vejam seguindo a carreira em Computação.
O Meninas Digitais surgiu a partir de discussões no WIT – Women in Information Technology, evento satélite do Congresso da Sociedade Brasileira de Computação, que está em sua quinta edição. O WIT é uma iniciativa da SBC para discutir os assuntos relacionados a questões de gênero e a Tecnologia de Informação (TI) no Brasil – histórias de sucesso, políticas de incentivo e formas de engajamento e atração de jovens, especialmente mulheres, para as carreiras associadas à TI.
Thais Batista é inspiração
Thais Batista atua nas áreas de Engenharia de Software e Sistemas Distribuídos. Ela nasceu em João Pessoa, na Paraíba, e desde jovem se interessava pelas exatas. Quando prestou vestibular, o curso de Computação havia sido criado recentemente em João Pessoa. Thais tem um grande envolvimento com a inclusão de meninas e mulheres na ciência, participando ativamente de grupos e projetos dedicados a esse objetivo.
Primeiro livro da série foi finalista no Jabuti Acadêmico este ano
O livro que conta a trajetória de Thais Batista é o segundo da Série Meninas Digitais. O primeiro volume da série, intitulado “A cientista colecionadora de dados”, é dedicado à pesquisadora Claudia Maria Bauzer Medeiros – primeira mulher a ser presidente da Sociedade Brasileira de Computação. Ele foi indicado como finalista do Prêmio Jabuti Acadêmico no ano de 2025, no eixo Ciência e Cultura – Ciência da Computação. Assinam o primeiro livro as autoras Aletéia Patrícia Favacho de Araújo, Luciana Salgado, Mirella M. Moro e Sílvia Amélia Bim, tendo sido também o volume de estreia publicado pela editora InVerso, em 2024.

A pesquisa parte da necessidade cada vez maior de redes intraveiculares mais rápidas e flexíveis, como as baseadas em Ethernet automotiva, para interconectar os diversos sistemas existentes nos veículos. Essa conectividade ampliada traz novas possibilidades, mas também levanta preocupações com a segurança cibernética nos veículos. Soluções tradicionais de segurança, como criptografia e autenticação, possuem restrições quando consideradas em um ambiente de recursos limitados como o intraveicular. Diante disso, sistemas de detecção de intrusão (intrusion detection systems, IDSs) surgem como uma linha adicional de defesa, sendo ativados quando outros mecanismos de defesa falham. IDSs monitoram dispositivos e redes para identificar intrusões e reportar atividades maliciosas, além de não exigirem mudanças nas mensagens que os dispositivos já trocam.
Técnicas de aprendizado de máquina (machine learning, ML) e aprendizado profundo (deep learning, DL) têm se mostrado eficazes na criação de IDSs, pois conseguem identificar padrões ocultos em dados de alta dimensionalidade, como o tráfego em redes intraveiculares. No entanto, os modelos de DL geralmente exigem maior poder de processamento e espaço de armazenamento, o que dificulta sua aplicação em sistemas com recursos limitados, como os encontrados nos veículos.
Sendo assim, a dissertação propõe dois IDSs baseados em aprendizado profundo, desenvolvidos para detectar ataques cibernéticos em redes Ethernet automotivas com rapidez e precisão, considerando os recursos e requisitos do ambiente intraveicular.
Receber o prêmio é um motivo de grande celebração, já que o CTD do CSBC é um dos concursos mais relevantes e disputados da área. A premiação contempla todas as sub-áreas da Computação!
Acesse a dissertação – https://lnkd.in/deJZqH-7